Passam hoje 113 anos sobre a morte da Rainha Maria Pia. Várias foram as peças de colecção que tive por cá. Muitas.
Cheguei a ir ao Palácio Nacional da Ajuda onde fui bem recebido, sem pompa nem circunstância naturalmente, a propósito de algo que tive e que definia aquela que foi, provavelmente, uma das nossas mais requintadas personalidades de então. Os papeis de carta, os convites, os menus, em tudo deixava a sua marca (e o nosso dinheiro…).
Numa das conversas que tive com o então Conservador do Museu, que se mostrou (aparentemente) surpreendido com o que lhe apresentava, senti-lhe a impotência de não ter os cofres da Rainha e de, nessa altura (desabafou), as verbas da tutela serem curtas para a pompa do repasto.
Percebi que, diplomaticamente, me queria dizer que a prioridade eram os “coches”, o tal museu do “arre burro” (palavras minhas), que era a jóia da coroa dos republicanos da época. Do Palácio da Ajuda guardo a memória de quem o pensou e construiu, o recheou e o mantém. Da reunião, o ter trazido o que levei.
A Rainha Maria Pia terá tido a maior diversidade de monogramas da Família Real portuguesa, assumindo o proveito e não apenas a fama de ‘gastadora de bom gosto’.
Assinalo a data, simbolicamente, com um “Convite para um jantar, por ordem da Rainha, com lindíssimo monograma com as armas das Famílias «Bragança» e «Saboia». Com dobra no canto inferior esquerdo, assinalando o tipo de traje a usar (de farda)!
Interessante o facto do jantar ter sido realizado a 14 de janeiro de 1908, poucos dias antes do Regicídio, que vitimaria o seu filho (Rei D.Carlos) e neto (Príncipe Real D.Luis Filipe).
Outros tempos!…
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