É conhecido o gosto de Agustina pelos Aforismos.
“… O meu pensamento estende-se de uma maneira caótica e para o deter recorro ao aforismo. Eu dou muita importância aos aforismos; são como uma fuga ao pensamento.”
Contraditório, não é? Alguém para quem o pensamento era tão fulcral como a respiração, sentia, por vezes, a necessidade dele fugir.
Na opinião de Silvina Rodrigues Lopes, “… os aforismos constituem num livro a presença viva da contradição: no seu pior, são contraditórios, mas, porque o são sempre, participando de um modo de enunciação susceptível de conferir autoridade à constatação mais trivial, exibem e suspendem essa sentenciosidade: não são sistemáticos mas remetem para uma totalidade; cada aforismo se basta a si mesmo, e no entanto participa de uma série onde os outros aforismos o confirmam ou contradizem…”.
“É bem simples adquirir o que não se pode gozar; raro é conservar as coisas a que não damos a alma duma história e em que cada forma seja representada por um desejo constante”, Agustina Bessa-Luís em Aforismos
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