Inicio hoje (e aos poucos) a publicação de alguns dos muitos livros curiosos, invulgares, de referência ou menos conhecidos sobre a vida e obra de Eça de Queiroz.
Poderia guardá-los, escrever sobre eles, saboreá-los mais tempo. Mas o alfarrabismo também é isto. Ou é, sobretudo isto. Desbravar, semear, partilhar. Para que novos leitores, autodidactas ou académicos possam descobrir e florescer.
Leio, como exemplo, o prefácio de Fidelino de Figueiredo a um dos livros sobre Eça de Queiroz e revejo-me nele:
” Primeiro, o livro revelador, que muitas vezes é trazido ao acaso; a seguir o conjunto da obra do autor; depois a sua vida e o quadro social em que ele se moveu, a sua época literária, a sincronia desta com as principais correntes estranhas da sensibilidade e do gosto; em breve o seu lugar dentro da história literária para delimitar a medida em que continuou, imitou e criou…”. *
Tudo o que se escreveu e escreverá sobre a vida e obra de Eça de Queiroz ultrapassa em muito o número de páginas que Eça escreveu. E, quando assim é, estamos perante a imortalidade da escrita.
Diria que há um momento em que o leitor se rende, o autodidacta se dedica, o académico investiga. Sentimo-nos como que submersos perante a vastidão de tanto.
Bem vindos, pois, ao mundo de Eça, esse escritor maior.
Adelino Pires / 13.Junho.24
* Livro disponível aqui: https://doutrotempo.com/produto/eca-de-queiroz-visto-por-um-argentino/