Descrição
- Illustração Portugueza – Segunda Série
- Revista semanal dos acontecimentos da vida portugueza
- Vida social, vida política, vida artística, vida litteraria, vida mundana, vida sportiva, vida domestica
- Lisboa, Empresa do Jornal O Seculo
- Editor: José Joubert Chaves
- 5 anos completos em 10 volumes (semestrias) da melhor Revista da época, abrangendo os anos finais da Monarquia e Implantação da República
- Citamos a Ficha Histórica dea Hemeroteca Digital:
- ” ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA – Foi lançada pela Empresa do jornal O Século em Novembro de 1903 e manteve-se até 1993. Uma longevidade mais aparente do que real, porque a partir de 1931 verifica-se apenas a edição de um ou dois números por ano, com poucas páginas, evidenciando o propósito exclusivo de manter a posse do título (…) Depois de começada a segunda série, a Ilustração Portuguesa foi dirigida por Carlos Malheiro Dias (até Fevereiro de 1912), a quem sucedeu J. J. da Silva Graça (até Maio de 1921). Nesse ano, a propriedade da revista passa para a Sociedade Nacional de Tipografia. O nome de Silva Graça manteve-se no cabeçalho da revista, na qualidade de seu director, no entanto, consta que, por essa altura, saiu do país e fixou residência em França1 . Entretanto, a direcção foi assumida por António Ferro (de Outubro de 1921 até Maio de 1922) e, posteriormente, por António Maria de Freitas3 (Julho de 1922 até falecer, em Setembro de 1923).
- Edição semanal, a Ilustração Portuguesa tem na imagem a sua marca distintiva. O editorial de apresentação faz questão de vincar bem essa opção, sublinhando a importância do desenho que, «pelos tempos fora, reproduziu tudo». Entendida como um complemento d’ O Século, propunha-se utilizar essa linguagem universal para dar a conhecer «o mais belo e o mais útil». A Ilustração Portuguesa seria o «álbum das grandes festas e dos casos triviais», na ideia de que essa informação seria de proveito «tanto aos homens de hoje como ás gerações vindouras».
- Em 1906, esse programa é reformulado, dando início à segunda série. O «álbum» dará então lugar ao «magazine semanal onde ficarão archivados, pela photographia, pelo desenho, pelo interviu e pela descrição e reportagem literárias, todos os aspectos da vida portuguesa contemporânea.» Para tal, a Ilustração Portuguesa assumia o compromisso de abrir as suas «columnas [à] collaboração de todos os seus leitores que lhe tragam o subsidio de uma idea nova e original, de interessantes documentos graphicos ou litterarios», além de promover «concursos de photographia, de desenho, de monographias regionaes e de estudos de costumes».
- Essa estratégia de proximidade e interacção com os leitores, por um lado, e de incremento das artes e da cultura em geral, por outro, seria ainda complementada pela programação desenvolvida no «salão de festas», que ia inaugurar brevemente, e na qual se incluiriam «conferencias, concertos, exposições de pintura, de esculptura, de artes decorativas, de photographia, de gravura, de mobiliário»…
- Tal como em 1903, está presente o propósito de «fixar e transmitir ás gerações futuras a imagem da nossa existência contemporânea, em todos os seus campos de actividade, documentando a nossa actual vida domestica, politica literária, mundana e artística, coligindo os mais numerosos subsídios para a leitura dos homens e dos documentos.»
- Entre os seus primeiros desenhadores encontravam-se Alberto Souza, Cândido, Carlos Pereira, Jorge Colaço; mas foi na segunda série, por via de colaboradores como Almada Negreiros, Apeles Espanca, Bensaude, Bernardo Marques, Cottineli Telmo, Ferreira da Costa, Gaspar Teles, Jorge Barradas, Manuel Gustavo, Rocha Vieira, Stuart Carvalhais, que a Ilustração Portuguesa se fez catálogo de arte. O propósito de informar por imagens alcançou-se também com recurso à fotografia que, à rapidez de execução, acrescentava a nota da veracidade de tudo o que é captado pela lente de uma máquina, e o toque de modernidade. Num ápice, os desenhos são suplantados pelos clichés de Bobone, Camacho, João Correia dos Santos e V. Mello; e, iniciada a segunda série, de Augusto Teixeira, Benoliel, Delius, Félix, Frederico Braga, Garcez, Guedes d’Oliveira, João Magalhães Júnior, Novaes, Photographia Sequeira & Roque, Salgado, Vasques, entre muitos outros; aos quais havia ainda que acrescentar as dezenas de amadores, de todo o país, que enviaram fotografias para a Ilustração Portuguesa, que as publicou, identificando os autores pelo nome e agradecendo a oferta; com igual ou maior interesse foram recebidas as fotos dos militares que participaram na I Grande Guerra.
- É um conjunto impressionante, não obstante a pequena dimensão de muitos registos e a sua fraca definição. Foi certamente fundamental ou mesmo determinante para o sucesso da Ilustração Portuguesa. Não é difícil imaginar quão sedutora terá sido, mesmo entre os iletrados, uma publicação que faz notícia do que acontece em todo o mundo, no país, isto é, nos grandes centros urbanos, mas também nas vilas e aldeias mais recônditas, oferecendo paisagens reconhecíveis, rostos familiares e até o protagonismo de uma fotografia, um desenho ou uma história.
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