O lugar dos livros impossíveis!

“… Nas nossas aldeias, quando ao fim da tarde um enterro passa nos campos, levado por quatro homens, seguido do prior com sobrepeliz, atravessando silenciosamente as cearas, e fazendo dobrar as espigas dos trigos e as flôres encarnadas das papoulas que salpicam as mesmas, as raparigas que passam ajoelham-se e persignam-se e os trabalhadores tiram o chapéo, suspendem o trabalho e pensam um momento n’aquelle para quem principiou o descanço eterno…”.

Talvez já nada se passe assim. Como já não se escreverá assim. Cearas e descanço com s, flores que não têm acento (e já nem mesmo o mesmo cheiro). E é outro o chapéo da vénia e das cortesias…

Passa hoje mais um ano sobre o nascimento de Ramalho Ortigão (1836-1915)

adelino pires / 24.out.24

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